Jovem teria simulado ser um cliente e convencido Jeová abrir salão.
Depois de abrir porta, vítima foi alvejada e suspeito fugiu do local.
O adolescente de 16 anos, suspeito de assassinar a tiros o cabeleireiro Jeová Duarte Teixeira, de 52, em Vilhena (RO), está com remorso de ter cometido o homicídio, segundo a Polícia Civil. Apreendido na Casa da Cidadania, o menor confessou que não quis receber R$ 1,5 mil pelo crime por estar de consciência pesada.
Conforme o delegado Núbio de Oliveira, após o garoto ser apreendido por uma tentativa de homicídio, ele confessou o crime e também revelou a participação da vizinha da vítima, Valdinete Souza Soares, 37, e do filho dela, Weslen Soares de Jesus, 18, que teriam encomendado a morte do cabeleireiro por R$ 2mil. O crime foi em 10 de maio.
Segundo as autoridades, quando o suspeito foi internado na Casa da Cidadania por tentativa de homicídio, ele contou à polícia que na manhã do dia 10 de maio foi à casa de Jeová e insistiu para que o cabeleireiro abrisse o salão e cortasse o cabelo, fingindo ser um cliente que precisava urgentemente dos serviços. Ao convencê-lo, a vítima foi recebida no local de trabalho com tiros, disparado pelo adolescente, que empreendeu fuga em uma bicicleta logo depois.
“A vítima saiu completamente desarmada. Desarmada de espírito, de corpo, pois não carregava qualquer tipo de instrumento. Com isso, o infrator viu nele um alvo fácil”, disse o delegado do caso, Núbio de Oliveira
Conforme as investigações da Polícia Civil, o adolescente recebeu R$500 antes do crime. O acordo com a dupla era de que o restante da quantia fosse pago após a execução de Jeová. Porém, depois de matar o cabeleireiro, o menor disse que ficou com a consciência pesada e não conseguiu aceitar o dinheiro.
A arma do crime teria sido entregue ao adolescente pelo próprio filho da vizinha, o Weslen, que, até então, era amigo do menor. Mãe e filho foram ouvidos nesta quinta-feira (9) na Delegacia de Polícia Civil e alegaram inocência no crime. Procurada, a defesa dos suspeitos sustentou a versão dos clientes e disse só irá declarar mais sobre o caso após analisar as denúncias.
Motivo
Valdinete Soares e Jeová Duarte Teixeira eram vizinhos há 20 anos. “Eles sempre tiveram desavenças por motivos banais, insignificantes. O acúmulo de ódio arrastado ao longo dos anos, aparentemente fez com que ela cometesse o ato”, disse Núbio.
A última discussão entre os vizinhos foi parar na delegacia. O motivo teria sido a construção de uma calçada feita pelo cabeleireiro. Valdinete não concordava com a obra e precisou a interferência da Polícia Militar (PM) no local para que a calçada fosse concluída. Quinze dias depois de Jeová morrer, Valdinete e a família se mudaram para outra casa.
Crime planejado
Na ocasião em que houve a discussão sobre a calçada, Valdinete registrou um boletim de ocorrência acusando Jeová de tê-la agredido fisicamente. A suspeita seria ouvida sobre o caso na data em que ocorreu o assassinato de Jeová.
Para a polícia, existe a hipótese de que o fato não foi uma coincidência e sim, que Valdenete teria escolhido justamente aquela data e horário para que Jeová fosse executado, pois contaria com o álibi da polícia.
A conclusão das investigações realizadas pela Polícia Civil será encaminhada ao Ministério Público do Estado de Rondônia (MP-RO). Conforme o delegado, o crime se enquadra em homicídio triplamente qualificado e os infratores, se condenados, poderão pegar pena de reclusão de 12 a 30 anos.
Fonte: G1