Segundo Enrique Peña Nieto, relatórios confirmam que danos foram menores do que aqueles correspondentes a um furacão dessa magnitude
O Furacão Patricia que atingiu a costa oeste do México se desintegrou rapidamente neste sábado (24) depois que bateu em resorts de luxo e vilas do litoral com ventos de 120 km/h por volta de 6h30, informou o Serviço Meterológico Nacional (SMN) do México.
“Os primeiros relatórios confirmam que os danos foram menores do que aqueles correspondentes a um furacão dessa magnitude”, disse o presidente Enrique Peña Nieto.
“No entanto, é muito importante que a população permaneça nos abrigos, as forças de segurança estão patrulhando para proteger suas casas. Repito, ainda não podemos abaixar a guarda.”
O furacão, o mais forte já registrado, atingiu terra sexta-feira como uma tempestade da categoria 5, com ventos de 325 km/h e máximos de 400 km/h. Mas na manhã deste sábado, caiu para categoria 1, com ventos de até 200km/h.
Segundo Serviço Meteorológico Nacional, o “enfraquecimento rápido deve continuar e o Patricia deve se tornar uma tempestade tropical ainda nesta tarde e se dissipar durante a noite.”.
Chuvas intensas
As fortes chuvas do Furacão Patricia atingiram a região de Manzanillo, que abriga o maior porto da costa do Pacífico do México, moradores e turistas buscaram abrigos na área de 25.000 hectares.
“Eu estou um pouco preocupado”, disse Carlos Cisneros, um trabalhador. “A chuva é intensa e o vento pega, por vezes, durante cerca de cinco minutos, e depois diminui. Ele vem e vai.”
Cisneros disse que as pessoas foram obrigadas a deixarem as comunidades próximas, onde deslizamentos de terra eram possíveis. “Não é tão ruim agora”, disse o homem que teve que arriscar e trabalhar.
“Perdemos Tudo”
O Patricia será um enorme desafio para a nação, disse Anthony Perez, representante da ONG Save the Children, na Cidade do México.
“Temos estes destinos turísticos maravilhosos, mas depois há a metade da população que vive na pobreza”, disse ele.
“Muitas dessas casas, especialmente nas áreas rurais, são feitos de materiais frágeis. Com ventos tão fortes e, em seguida, a existência de tanta chuva … muitas dessas famílias, provavelmente, vão perder tudo.”
A velocidade do vento poderia representar a tempestade mais perigosa da história do México, de acordo com o chefe da agência mexicana que inclui seu serviço meteorológico nacional.
“O furacão é tão intensa que tem a capacidade de passar por meio de nossas áreas mais montanhosas – e, em seguida, sair do país no outro lado para a parte norte do Golfo do México e, possivelmente, os Estados Unidos “, disse o diretor CONAGUA Robert Ramirez de la Parra.
O concorrente mais próximo ao seu tamanho poderia ser o furacão Camille, que golpeou a Costa do Golfo dos EUA em 1969. Patricia parece mais poderosa do que aquela tempestade. Também é mais forte do que o furacão Andrew em 1992, Katrina, em 2005, e muitos outros.
Intensidade de Patricia é comparável ao Typhoon Haiyan, que atingiu as Filipinas em 2013, segundo a Organização Meteorológica Mundial.
Mais de 6.000 pessoas morreram em Haiyan, devido em grande parte à enorme tempestades que correram nas áreas costeiras.
Apoio americano
O presidente americano, Barack Obama, ofereceu seu apoio e assistência aos mexicanos. “Nossos pensamentos estão com o povo mexicano, que se prepara para o furacão Patricia”, escreveu Obama no Twitter. “Os especialistas em desastres da USAID (agência de ajuda dos EUA) estão no local prontos para ajudar”, finalizou.
A ex-secretária de Estado e atual candidata presidencial Hillary Clinton também enviou mensagens de apoio aos mexicanos. “Para todos os que estão no caminho do furacão Patricia, sigam @CENAPRED_mex para encontrar abrigo e mais informações. Pensando em vocês”, escreveu Clinton, referindo-se ao Centro Nacional de Prevenção de Desastres do México.
Fonte: iG São Paulo