Estudante de medicina foi morto a tiros por PM em Barra do Garças (MT). Polícia Federal abriu investigação para apurar a morte do filho do agente.
Segundo a família de Maurício, o jovem foi para a boate para encontrar com amigos de infância, após a formatura de faculdade de um deles. O estudante cursava medicina em Maringá, no Paraná, e passava uma temporada com a família em Mato Grosso.
As testemunhas disseram que o policial militar se aproximou de Maurício, o abraçou por trás, sacou uma arma e atirou. O pai do estudante afirmou que Maurício foi baleado meia hora após chegar à boate.O suspeito teria sido agredido ao ser imobilizado por policiais militares que estavam à paisana na boate e também foi encaminhado para um hospital, junto com Maurício. O estudante foi atingido por quatro disparos e teve o corpo enterrado no fim de semana, em Barra do Garças.
O pai de Maurício atua em um setor de inteligência ligado a Brasília, que combate o crime organizado e quadrilhas de traficantes em Mato Grosso e na fronteira com a Bolívia. Uma equipe da Polícia Federal saiu de Cuiabá para Barra do Garças para coletar dados do crime e iniciar uma investigação.
“Estamos fazendo uma investigação paralela [à Polícia Civil] para ver se tem indícios de ligação com o meu trabalho. Eu já recebi diversas ameaças e fizemos prisões de organizações criminosas. Eu sou um policial que não abandona nenhuma hipótese, mas precisamos saber qual foi a motivação [do assassinato]”, afirmou o policial federal. A mãe do universitário e a irmã dele estão abaladas.
Policial militar preso
O policial que foi preso suspeito de atirar contra e matar o estudante, disse à Polícia Civil que foi agredido por Maurício. Mas a versão do policial é isolada das testemunhas, que apontam o PM como quem atirou no estudante.
No entanto, a motivação do assassinato é desconhecida até o momento pela investigação policial.
O policial está detido provisoriamente no Presídio de Santo Antônio do Leverger, a 35 km deCuiabá. O cabo atuava na 4ª Companhia da Polícia Militar de Goiás, em Aragarças. Por telefone, o subcomandante e capitão da unidade, Giovani Peres, informou que acompanha a situação do policial militar que está preso em Mato Grosso.
“A PM lamenta o fato. Dói e é constrangedor. Para nós ele era um bom policial e não tínhamos problemas com ele. O cabo era o campeão de flagrantes. [No dia do crime] ele tinha chegado de um curso em Goiânia e foi para essa casa noturna. O clima [na cidade] está ruim”, pontuou o capitão ao G1.
Conforme o subcomandante, um procedimento disciplinar foi aberto para apurar a conduta e os fatos que envolveram o policial no assassinato do estudante de medicina.
Fonte: Cenário MT