A Chevrolet S10 lidera o mercado de picapes médias há 20 anos e, para tentar seguir na primeira posição, ganhou linha 2017 com mudanças externas, internas, de desempenho e com novos itens de série. O facelift do modelo chega num momento importante, já que as rivais Toyota Hilux e Ford Ranger mudaram (para melhor) recentemente.
Por fora, as principais mudanças foram na dianteira, que passa a seguir a nova identidade visual dos carros da Chevrolet. A grade ficou do mesmo tamanho, mas mudou o acabamento; os faróis abandonaram a aparência “quadrada” e foram afilados; o parachoque foi redesenhado, assim como os faróis de neblina. Na traseira, a novidade é a câmera de ré, integrada à tampa da caçamba, e a possibilidade de as lanternas usearem LEDs.
Mas foi dentro da cabine que as principais mudanças aconteceram. O acabamento traz novos materiais, agradáveis ao toque e com visual mais requintado. Os controles do painel central foram reposicionados: agora todos ficam reunidos abaixo do sistema multimídia, facilitando a vida do motorista. O quadro de instrumentos ficou igual ao da picape Colorado, vendida no mercado dos Estados Unidos e equivalente local à S10.
A picape da Chevrolet continuará sendo vendida com as motorizações 2.5 flex de 206 cv e 2.8 turbodiesel de 200 cv, mas os propulsores passaram por calibragem para melhorar o consumo em até 5%, dependendo da versão, segundo a fabricante. O coeficiente aerodinâmico da linha 2017 é 12% menor e o peso foi reduzido em até 35%, sempre de acordo com a versão.
A linha 2017 da S10 também traz novos itens de série: kit multimídia com capacidade para espelhamento de smartphones, alerta de mudança involuntária de faixa e de colisão dianteira, direção elétrica, faróis de LED e concierge virtual OnStar. No quesito segurança, há controles eletrônicos de tração (TC) e de estabilidade (EPS), além de assistentes de partida em rampas (HSA) e descida (HDC). Os novos equipamentos colocam a picape no mesmo nível das concorrentes.
ACELERANDO A NOVA S10
A Chevrolet lançará oficialmente a linha 2017 apenas em maio, mas a montadora fez uma apresentação para jornalistas no Campo de Provas Cruz Alta, em Indaiatuba (SP), onde a General Motors tem diversas pistas.
Ao volante, o primeiro destaque é a assistência elétrica da direção, que deixou a nova linha muito mais gostosa de dirigir. O motorista pode até esquecer que está guiando uma picape média: a impressão é a de conduzir um SUV pequeno.
A versão avaliada foi a S10 High Country, automática, com motor 2.8 turbodiesel de 200 cv. Ao entrarmos na pista, a picape entregou ótima aceleração em saídas e ganhou velocidade facilmente. Ao simularmos uma situação de ultrapassagem, a S10 também se saiu bem, deixando claro que é capaz de realizar essa manobra com segurança na cidade e em rodovias.
A suspensão ficou mais bem ajustada e diminuiu o chacoalhar na cabine, característica de quase todas as picapes do segmento. O isolamento acústico também melhorou: segundo a montadora, o nível de ruído interno foi reduzido em 8%.
Destaque para a boa ergonomia, facilitada pelo ajuste de altura do volante e o já citado reposicionamento dos controles no painel central. De resto, a evolução no acabamento foi notável. No conjunto, a nova S10 honra o posto de líder do segmento há 20 anos.
MERCADO
A Chevrolet não revelou a expectativa de vendas para a S10, mas é possível esperar números acima das 33.330 unidades vendidas em 2015. A marca acredita que o segmento das picapes médias chegará a 5,3% de participação no mercado total, crescendo 0,8 ponto percentual. No ano passado, a principal concorrente da S10, a Hilux, vendeu 32.900 unidades.
VERSÕES
A Chevrolet S10 2017 oferece 13 variações de configuração. São quatro versões de acabamento (LS, LT, LTZ e High Country), três opções de cabine (simples, dupla e chassis cab), duas de motorização (2.8 turbodiesel e 2.5 flex), dois tipos de transmissão (manual e automática, ambas de seis velocidades) e dois tipos de tração (4×2 e 4×4 com reduzida).
A GM ainda não divulgou as combinações que efetivamente chegarão às lojas, nem os preços de cada uma — mas afirmou que pretende mantê-los no nível atual (de R$ 72.350, cabine simples, a R$ 167.490, versão topo).