A cor azul evoca sensações de tranquilidade, serenidade e harmonia. Essa condição, habitualmente associada ao universo dos seres humanos, tem tudo a ver com a saúde pública, especialmente relacionada aos homens. Efetivamente, o azul é a cor adotada como forma de dar visibilidade à campanha de combate ao câncer de próstata. O movimento ganha força anualmente em todo mês de novembro, que tem o dia 17 como Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.
A iniciativa surgiu na Austrália, em 2003, e já tem história acumulada. Foi criada no Brasil pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, com o objetivo de quebrar o preconceito masculino de ir ao médico e se submeter ao exame de toque. Segue o mesmo modelo da campanha Outubro Rosa para as mulheres, voltada para o combate ao câncer de mama.
No ano de 2014, o Instituto Lado a Lado pela Vida realizou 2.200 ações em todo o Brasil com a iluminação na cor azul de pontos turísticos como o Cristo Redentor, Congresso Nacional, Teatro Amazonas, Monumento às Bandeiras. A programação recebeu o apoio de celebridades brasileiras.
Para além da finalidade de conscientizar a população com esse modelo de campanha, o Novembro Azul provoca nos homens efeitos de alerta e chamamento para a necessidade de dar atenção especial à saúde. E mostra que o tradicional consenso de que “com saúde não se brinca” continua a valer com intensa atualidade.
O risco para os homens com mais de 50 anos é farto em informações suficientes para quebrar dúvidas e resistências quanto à necessidade de fazer os devidos exames médicos. A campanha intensifica esse esforço. Basta lembrar que, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). A informação consta de reportagem sobre o tema publicada pelo Cruzeiro do Sul na edição da última quarta-feira na coluna Guia Saúde, na página A8.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) “José Alencar Gomes da Silva”, a estimativa é que, desde o início e até o fim de 2016, 61,2 mil novos casos tenham sido registrados no País. Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o quarto tipo mais comum e o segundo mais incidente entre os homens. A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. É um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto, envolvendo a porção inicial da uretra. Sua função é produzir parte do sêmen do indivíduo. A identificação precoce de eventuais anomalias, segundo os médicos, ajuda no tratamento da doença.
A fácil constatação de que neste mês, em virtude da campanha, o debate sobre a próstata se intensifica como assunto de conversa entre os homens, já é uma comprovação de acerto da iniciativa. Uns reagem com estranhamento, outros, ainda com preconceito, e muitos, até mesmo recorrendo ao bom humor, demonstram adesão ao movimento e disposição de ir ao médico.
A intenção da campanha não precisa ser paternalista. Homens com mais de 50 anos, faixa etária indicada pelos médicos como alvo de especial atenção quando o assunto é a próstata, têm maturidade e autonomia para compreender que a saúde deve ser tratada como prioridade máxima.
Com vasta quantidade de informações sobre a doença, divulgadas em todos os tipos de plataformas de comunicação em uso atualmente, a campanha cumpre a função de orientar, esclarecer, tirar dúvidas e quebrar o mito do preconceito.
Difícil contar quantos homens passam a ir ao médico a partir de campanhas como essa. Certamente são muitos.
Independentemente dos números, cada homem que se dirige ao médico para fazer os exames confirma o entendimento de que a saúde é um direito de todos. E de que tudo o que estiver ao alcance do conhecimento e da ciência tem que ser utilizado para celebrar a vida como um bem repleto de tranquilidade, serenidade e harmonia.
Fonte: jornalcruzeiro